Diferenças entre o PCM Industrial, Predial e Automotivo

A atuação do PCM é muito similar independentemente do setor onde está sendo implantado, contudo, existem sutis diferenças entre o PCM industrial, predial e automotivo, e iremos discorrer sobre elas nesse artigo.

O Setor de Planejamento e Controle de Manutenção, mais conhecido PCM, é o núcleo tático do setor de manutenção, que gerencia as rotinas de planejamento, programação e controle das atividades. Entendendo isso, podemos dizer então que onde há máquinas operando, deve haver manutenção e consequentemente um setor de PCM. 

Esse cenário não é encontrado apenas na indústria, que tem grande volume de maquinário empregado nos seus processos, podendo ser encontrado também em uma frota de maquinas pesadas ou até mesmo em um prédio.

Por isso, nesse artigo, você irá observar os ativos mais comuns em cada um desses seguimentos e entender as diferenças entre o PCM industrial, predial e automotivo.

PCM Industrial

A indústria é o cenário onde é mais provável existir um PCM ativo. Isso se deve ao fato de existir um grande número de ativos diferentes operando simultaneamente, todos eles com grande importância dentro do processo, sendo indispensáveis para a operação da empresa.

Além disso, na indústria o controle orçamentário é muito estreito, o que obriga os setores de manutenção a garantir o máximo de disponibilidade e confiabilidade, ao menor custo possível. Essa necessidade faz com que os setor de PCM na indústria sejam um pouco mais amadurecidos, e talvez essa seja a principal diferença entre o PCM industrial , predial e automotivo.

Contudo, existem outras diferenças que caracterizam bem o PCM na indústria e vamos discorrer sobre elas agora:

# Frequência de Intervenções no Plano de Manutenção – Na indústria existem centenas de ativos operando em cargas horárias diferentes, com volumes de trabalho diferente e atuando em turno diferentes. Deste modo não é tão simples controlar as horas de operação de cada um dos ativos. Assim, para tornar o plano de manutenção viável, as frequências de intervenção do plano de manutenção são definidas conforme o tempo estipulado no calendário (Por exemplo, realizar uma lubrificação bimestralmente).

# Estratégia de Manutenção Predominante -Devido a grande necessidade de manter os ativos operando sem falhar (com alta confiabilidade), o plano de manutenção de uma indústria é composto basicamente por intervenções preditivas somadas as manutenções preventivas condicionais. Traduzindo em curtas palavras, os ativos são monitorados através de inspeções periódicas instrumentadas, visando identificar possíveis anomalias, e quando detectadas, são sanadas antes que progridam e comprometam o funcionamento dos ativos.

# Mão de Obra – Tanto os técnicos quanto os próprios colaboradores que atuam no PCM são majoritariamente de mão de obra própria. Isso ocorre pois o volume de trabalho na indústria é grande e constante, além disso precisa ser muito ágil. Esses fatores exigem que a mão de obra esteja disponível “full time”.

# Controle de Custos – O controle na indústria é de longe o mais “acirrado” das três categorias tratadas nesse artigo. Elaborar o plano orçamentário da indústria exige bastante estudo e na manutenção não é diferente. Por isso o orçamento da manutenção é construído a maioria das vezes com uma “base zero”, amparado apenas no plano de manutenção que se deseja realizar dentre de um período. Isso quer dizer que o PCM precisa estimar o custo de cada atividade de manutenção e pautar o orçamento nesse custo.

 

PCM Predial

O PCM nos prédios e instalações é o menos atuante, cabendo a administração do edifício a própria manutenção do prédio. Contudo, não é por que não existe um setor de PMC estruturado nesse tipo de seguimento, que as rotinas de PCM são dispensáveis. Faz-se necessário planejar e controlar rotinas de manutenção para os diversos tipos de ativos de um prédio, como os elevadores, ares condicionados, sistemas de bombeamento, dentre outros.

Contudo, existem diferenças entre o PCM industrial, predial e automotivo, e essas diferenças precisam ser frisadas aqui.

# Frequência de Intervenções no Plano de Manutenção – Para a manutenção predial, existem diversas normas que tem o intuito de definir a frequência de intervenções de inspeção e de preventivas. Normas como ABNT NBR 16747/14037/15575/5674/16820, etc… tem o intuito justamente de nortear a definição dessas frequências.

# Estratégia de Manutenção Predominante – Na manutenção predial, a inspeção também é muito utilizada, contudo, não existe destino de recurso tão grande para realizar esse tipo de intervenção. Por isso, na manutenção predial temos prioritariamente as inspeções sensitivas (aquelas que utilizam apenas os sentidos do inspetor) juntamente com a preventiva condicional, caso alguma anomalia seja detectada.

# Mão de Obra – Usualmente, os edifícios e instalações não mantem um time de manutenção muito grande. As demandas não são tão frequentes e críticas como na indústrias. Por isso, a mão de obra é principalmente terceirizada. Quando há necessidade de realizar uma inspeção ou uma intervenção preventiva, contrata-se empresa especializada para gerenciar esses planos.

# Controle de Custos – Diferente da indústria, o orçamento para manutenção de um prédio não varia tanto de um ano para o outro, por isso, utiliza-se o orçamento estático com base no valor de contrato com as empresas terceirizadas.

Se você quer saber um poucos mais sobre os diferentes tipos de manutenção e suas diferenças entre PCM industrial, predial e automotivo, não deixe de ler o artigo no link abaixo:

https://engeteles.com.br/tipos-de-manutencao/

Tipos de Manutenção de acordo com a NBR 5462

PCM Automotivo

O PCM nas frotas comerciais (caminhões, ônibus, etc…) ou até mesmo das máquinas pesadas é muito importante para a garantia do sucesso em diversos tipos de negócios.

Dentre eles destacam-se os setores florestal, mineração, construção civil e o agro, onde a utilização de máquinas pesadas é premissa básica para operação desses negócios.

Garantir a boa gestão da manutenção das frotas através de um PCM ativo é primordial para garantia da disponibilidade dessas máquinas. Contudo, controlar o PCM de máquinas difere um pouco dos demais e iremos entender as diferenças entre o PCM industrial, predial e automotivo em diversos aspectos.

# Frequência de Intervenções no Plano de Manutenção – Controlar o tempo efetivo de operação de máquinas móveis é muito mais fácil do que na indústria, afinal, cada um desses veículos dispõe de um medidor de Km rodados. Devido a isso, no PCM das frotas, ao invés de utilizar o calendário como ferramenta para definir a frequência, usualmente são utilizados os próprios Km rodados. Por exemplo, realizar a troca dos pneus a cada 20.000 km rodados.

# Estratégia de Manutenção Predominante – As frotas usualmente operam em regimes muito apertados, e a maioria das vezes a intervenção não é feita em campo. O veículo precisa ir até uma oficina para que passe por manutenção. Desse modo, quando a máquina para, não é interessante realizar inspeções para detectar anomalias, pois a máquina não poderá parar novamente para intervir em outro momento. Por isso o tipo de manutenção mais utilizado nesse caso é a manutenção preventiva, onde alguns componentes são substituídos a cada parada na oficina.

# Mão de Obra – A mão de obra no PCM automotivo é totalmente mista, sendo a parte corretiva e preventiva destinada a mão de obra própria e a as intervenções mais complexas como análise de óleo por exemplo, são terceirizadas.

# Controle de Custos – Assim como na manutenção predial, a variação de orçamento também é pouca na manutenção de frota, portanto, utiliza-se muito o orçamento estático.

Além disso, é muito importante ressaltar que na manutenção das frotas, existem rotinas que devem ser seguidas para garantir o bom desempenho dos ativos, e se você quiser saber um pouco mais sobre essas rotinas, não deixe de conferir o vídeo no link abaixo:

https://youtu.be/0LqPG6OL97Q

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Danilo Romão

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