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Esse é o segundo post da série TPM – Total Productive Maintenance. Se você ainda não sabe o que é TPM, clique aqui e leia o nosso primeiro post onde falamos sobre a introdução e a importância do TPM nas industrias. 

O TPM é uma metodologia de gestão industrial, que visa alavancar os resultados da industria através do redesenho do setor de manutenção, impactando diretamente nos setores de produção e qualidade. A metodologia é baseada em 8 pilares e cada pilar tem uma sequência de atividades para implantação.

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A base de todo o programa é o 5s. Se uma empresa não tem o 5s implantado e bem difundido, ela não pode partir para a implantação dos pilares.

O programa 5S serve como um filtro para o TPM. Onde iremos arrumar toda a casa, tirar toda a bagunça e deixar o ambiente totalmente limpo e organizado para receber o TPM. Essa prática irá facilitar muito as coisas, pois o ambiente estará limpo, claro, seguro e organizado.

Além disso, o 5s irá trabalhar a cultura da pessoas e começar a mudança de hábitos. O segredo da implantação de qualquer metodologia de gestão, seja o 5S ou o próprio TPM, é a transformação cultural.

O conceito de 5S possui como base as cinco palavras japonesas cujas iniciais formam o nome do programa. As palavras são Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke, que migradas para o Português foram traduzidas como “sensos”, visando não descaracterizar a nomenclatura do programa. São eles: senso de utilização, senso de organização, senso de limpeza, senso de saúde e senso de autodisciplina.

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Toda empresa bem estruturada, segue padrões estabelecidos pela metodologia 5S. Esses padrões influenciam e muito, na performance da empresa, um ambiente limpo e bem organizado, remete a sensação de disciplina e disciplina, gera RESULTADOS.

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O 5S pode ser implantado como um plano estratégico que, ao longo do tempo, passa a ser incorporado na rotina, contribuindo para a conquista da qualidade total e tendo como vantagem o fato de provocar mudanças comportamentais em todos os níveis hierárquicos.

Muitos dos conceitos do TPM se fundamentam na teoria da melhoria contínua (Kaizen: Kai, mudança e Zen, para melhor), pois o TPM é um processo e não um fato que possa ser considerado concluído. Numa primeira etapa é necessário estabelecer a ordem para então buscar a implantação do TPM. Para estabelecer a ordem usamos o 5S.

Alguns objetivos desse programa são:

  • Melhoria do ambiente de trabalho;
  • Prevenção de acidentes;
  • Incentivo à criatividade;
  • Redução de custos;
  • Eliminação de desperdício;
  • Desenvolvimento do trabalho em equipe;
  • Melhoria das relações humanas;
  • Melhoria da qualidade de produtos e serviços.

 

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SEIRI = SENSO DE UTILIZAÇÃO E DESCARTE

O primeiro senso do Programa 5S é o chamado Seiri ou Senso de Utilização. É o nosso ponto inicial para colocar o trabalho em ordem. É saber, antes de tudo, separar o que é útil do que é inútil e o que é necessário do que é desnecessário. Atente que inútil não significa que pode ser jogado fora, e sim que no momento não tem utilidade.

O Senso de Utilização consiste em analisar os locais de trabalho e classificar todos os itens (objetos, materiais, informações, etc.) segundo critérios de utilidade ou frequência de uso, para depois retirar do ambiente tudo o que não precisa estar ali.

Objetos inúteis precisam ser descartados, vendidos, doados ou jogados no lixo. Devemos procurar manter somente o necessário para as atividades na quantidade certa e em condições de uso. Vamos descartar tudo aquilo que foi usado nos últimos meses e que não há previsão de ser usado novamente. Somente o que tiver utilidade imediata deve estar na área de trabalho: coloque perto da máquina, bancada, mesa ou área de trabalho o que se usa toda hora; próximos ao local de trabalho devem ficar os materiais usados poucas vezes no dia; e, no armário, arquivo ou depósito deixamos os materiais usados de vez em quando. Nessa etapa, separamos os objetos e/ou materiais por grau, tipo ou tamanho.

Pense nas atitudes que você pratica no seu dia a dia que podem ser consideradas como desperdício e procure evitá-las. Vejamos alguns exemplos de desperdício:

  • Produtos e/ou serviços em fila de espera para serem executados.
  • Estoques além do necessário.
  • Luzes acesas em ambientes vazios ou muito claros.
  • Banhos quentes demasiadamente demorados.
  • Máquinas e equipamentos ligados desnecessariamente.
  • Jogar no lixo materiais em condições de uso.
  • Bate papos desnecessários no ambiente de trabalho.

Para garantir o sucesso da implantação do 1º S, é necessário realizar um planejamento claro de tudo aquilo que precisa ser feito.

A criação de uma lista de verificação é um instrumento que auxilia na prática do senso. Entre os questionamentos da lista podemos citar as seguintes perguntas:

  • Há objetos desnecessários no local de trabalho?
  • Há quantidade excessiva de ferramentas ?
  • O Senso de Utilização foi realizado no computador?
  •  As áreas em comum, tais como oficinas, PCM, vestiários e pátios estão em ordem?

Com o início do Senso de Utilização, começam a surgir ordenacaoos materiais inúteis, que devem ser removidos para uma “área de descarte”. Nessa área, todo o seu material deve ser devidamente identificado. A área de descarte não é sinônimo de bagunça. Até porque, nessa área, há muita coisa que pode ser útil para outro setor, por isso o descarte deve estar organizado e os objetos de fácil localização.

 

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SEITON = Senso de Ordenação

O segundo senso do Programa 5S é o chamado Seiton ou Senso de Organização ou de Ordenação. Ele consiste em arrumar objetos, materiais e informações úteis de maneira funcional, possibilitando o acesso rápido e fácil ao que deseja. O lema desse senso é ter cada coisa em um lugar definido de forma a facilitar a localização por qualquer pessoa e a qualquer momento.

Algo imprescindível para a implantação desse senso é a conscientização da importância de sermos pessoas organizadas. O que adianta organizar tudo, se depois vem alguém bagunçando tudo?

Depois de reforçar esse aspecto, você precisa realizar uma pesquisa do layout adequado para o ambiente e de todos os objetos que o compõem. Um ponto interessante é se você documentar por fotos ou filmes o ambiente, assim poderá comparar o “antes” e o “depois” da implantação do segundo S.

É chegada a hora de organizar os objetos. Arrume a disposição dos móveis, organize os materiais que restaram após a etapa de descarte e determine e identifique um lugar para cada objeto. Determine os locais apropriados e os critérios de estocagem de materiais, equipamentos, ferramentas e documentos.

Exemplo de Seiton implantado na manutenção:

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SEISOU = Senso de Limpeza

O terceiro senso do Programa 5S é o chamado Seisou ou Senso de Limpeza. No dicionário, o termo “limpeza” possui os seguintes significados: qualidade de limpo, de asseado; esmero, aprimoramento; coisa bem feita, acabada, caprichada.

Nessa etapa é importante não só executar a limpeza do ambiente, mas também mantê-la. É chegada a hora de educar para não sujar e zelar por tudo que é de nossa responsabilidade.

Ter senso de limpeza significa ter cuidado, eliminar a sujeira para manter o ambiente limpo. O mais importante não é o ato de limpar, mas o ato de não sujar. Além de limpar, precisamos identificar fontes de sujeira e as respectivas causas, para podermos bloqueá-las. O senso de limpeza é indispensável no refeitório e nos banheiros.

Assim, quando se realiza a fase da Limpeza, verifica-se a situação geral da organização. Nesse momento, é possível detectar sujeiras e outros aspectos que possam agredir o homem e o meio ambiente.

Todos devem se comprometer com a limpeza de cada um e com a limpeza das áreas comuns. O sucesso dessa fase dependerá de todos.

Após implantado, é chegado a hora de verificar se o 3º S foi realmente executado de forma eficiente. Pense nas seguintes perguntas:

  • As paredes estão limpas?
  • Os colaboradores realizam diariamente a limpeza do seu local de trabalho?
  • Os computadores estão limpos?
  • As plantas existentes no ambiente estão adequadamente tratadas?
  • O piso está limpo e bem conservado?
  • Existe poeira sobre os armários, escrivaninhas e/ou bancadas?
  • A apresentação pessoal (uniforme/vestuário) demonstra asseio?

Se tudo está devidamente organizado e limpo, é só colher os benefícios de mais uma etapa do Programa 5S. Dentre eles:

  • Maior durabilidade dos equipamentos;sa
  • Redução do índice de acidentes de trabalho;
  • Ambiente mais higiênico;
  • Ambiente de trabalho agradável e saudável;
  • Diminuição do desperdício;
  • Prevenção de poluição;
  • Melhoria da imagem interna e externa da empresa.

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SEIKETSU = Senso de Saúde e Higiene

O 4º S do Programa 5S’s é o Seiketsu ou Senso de Higiene e Saúde. O Seiketsu visa a melhoria da qualidade de vida, criando condições que favoreçam a saúde física, mental e emocional, a partir de práticas de higiene. O senso de higiene reforça a necessidade de uma mudança comportamental. É chegado o momento de organizar as suas atividades diárias: dedique um tempo só para você, um tempo para a família e os amigos e um tempo para organizar as idéias, os planos pessoais e os objetivos de vida.

Cuidar da higiene é, além da sua limpeza pessoal, também cuidar da sua imagem e da mente. Para ter uma boa imagem pessoal, corte os cabelos, a barba e as unhas, e use sempre roupas e sapatos limpos. É também cuidar do cheiro que você exala. E, no aspecto psicológico, trabalhe a sua autoestima, administre problemas e conflitos emocionais, expulse os maus sentimentos e tenha empatia.

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Além disso, é preciso estar atento ao bem estar coletivo: mantenha um bom clima organizacional, zele pela qualidade das relações de trabalho e mantenha o local de trabalho e as áreas comuns organizados e limpos.

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SHITSUKE = Senso de Autodisciplina 

O Senso de Autodisciplina ou Shitsuke é o 5º S do Programa 5S’s. Esse senso indica o momento em que as pessoas se conscientizam da necessidade de buscar o autodesenvolvimento e consolidar as melhorias alcançadas com a prática dos “4S” anteriores.

Para conquistar a ordem mantida é preciso exigir de cada pessoa uma autodisciplina constante, muita determinação para manter as conquistas das etapas anteriores e pontualidade nos compromissos assumidos. A ordem mantida é uma facilitadora para libertar a energia criativa e tem como objetivo levar à realização plena das coisas comuns.

Nessa etapa, é preciso cumprir rigorosamente com aquilo que foi estabelecido. Esse senso exige:

  • O comprometimento dos colaboradores;
  • A ética em primeiro lugar;
  • Ter educação, paciência e responsabilidade;
  • Respeito às normas e procedimentos;
  • Melhorias na comunicação.

Delegação de responsabilidades e atribuição de autoridades. Para começar a colocar em prática o 5º S:

  • Crie procedimentos claros e possíveis de serem cumpridos;
  • Seja claro e objetivo na comunicação; 
  • Cumpra os horários marcados para cada compromisso;
  • Estabeleça sempre o porquê da execução de determinada tarefa.

Com o Senso de Autodisciplina implantado, é chegada a hora de verificar se nada ficou para trás:

  • Há algum material fora do lugar?
  • Há material bom perto de objetos inúteis?
  • Há excesso de material de expediente?
  • Os materiais/equipamentos estão organizados, identificados e limpos?
  • A apresentação do pessoal (uniforme/vestuário) demonstra asseio?
  • O relacionamento entre os colegas é bom?
  • Os EPI’s estão sendo usados?

Tudo verificado? Agora é manter o trabalho realizado com o 5S e partir para a implantação do TPM. 

pilarO primeiro pilar a ser implantado deve ser o pilar Manutenção Autônoma. E esse será o tema do nosso próximo artigo.

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Quer saber mais sobre 5S?

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Jhonata Teles

Jhonata Teles é profissional certificado internacionalmente pela SMRP – Society Maintenance & Reliability Professionals, na categoria CMRP – Certifield Maintenance & Reliability Professional.

Especialista em Gestão, Planejamento e Controle de Manutenção, Analista de Vibração com certificação Nível 2 pela FUPAI e certificação internacional pela Instituição Canadense Mobius Institute, especialista em Lubrificação Industrial com certificações internacionais MLT-1 e MLA-1 pelo ICML – International Council of Machinery Lubrication.

Possui mais de 12 anos de experiência em indústrias de grande porte, sempre dedicados a Gestão da Manutenção, PCM e projetos de Confiabilidade Industrial. Atuou como Analista de Vibração, Consultor Técnico, Supervisor de PCM, Coordenador e Gerente de Manutenção em indústrias dos segmentos alimentício, higiene e limpeza, químico, metalúrgico e cimenteiro.

Autor dos livros e métodos de capacitação: Planejamento e Controle da Manutenção DESCOMPLICADO ®, Bíblia do RCM e Gestão de Paradas de Manutenção.

Como Diretor de Operações da ENGETELES já liderou mais de 300 projetos de consultoria no Brasil e em seis países, além de ter capacitado mais de 10.000 profissionais na área de Gestão da Manutenção.

Artigos: 93