A Importância das Peças de Stand-by Para o Setor de Manutenção

Atualmente no cenário de manutenção de várias empresas e de vários setores, é fundamental que todo o conjunto corporativo esteja devidamente alinhado e em sintonia para que os ativos se tornem o mais produtivo possível. Uma das partes fundamentais nesse processo é a agilidade dos colaboradores, de forma geral, em disponibilizar peças de stand-by para que os ativos, em caso de falha, voltem a operar com mais rapidez.

A Importância das Peças de Stand-by Para o Setor de Manutenção

As peças de stand-by são itens mecânicos que desempenham uma função crítica no conjunto da máquina. É uma expressão da língua inglesa formada da palavra stand, que significa parada, pausa e descanso, mais a palavra by, que significa perto de, ao lado de, por meio de. Portanto a expressão “stand by” significa estar presente, estar ao lado, estar de prontidão, estar em espera. Podemos assim dizer que são as partes que “dão vida” a máquina, fazendo com que ela desempenhe de forma plena suas atividades para a qual foi designada. Em suma, as peças de stand-by são itens essenciais em todo almoxarifado, estoque e/ou armazém

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Peças de Stand-by e Componentes, Qual a Diferença?

A primeira situação que devemos levar em consideração para esse questionamento é que a principal diferença das peças de stand-by para os componentes são que, em suma, partes diferentes em um sistema mecânico. Onde os componentes nada mais são do que peças primárias de um sistema, e as peças de stand-by são equipamentos e conjuntos dentro de uma determinada máquina.

A segunda situação é que todo componente faz parte de uma peça de stand-by, já que o mesmo une vários componentes em um único conjunto. E o componente nada mais é de que a mínima parte do sistema de uma máquina. Neste caso, podemos afirmar que toda peça de stand-by possui componentes, mas nenhum componente é uma peça de stand-by.

Para ficar ainda mais fácil o entendimento, segue alguns exemplos práticos a seguir:

  • Componentes: Rolamentos, engrenagens, rosca, pinhão, parafusos, dentre outros similares;

  • Peças de stand-by: Motores em geral, cilindros hidráulicos, comandos hidráulicos, redutores, dentre outros. 

Principais Características das Peças de Stand-by

Como comentado anteriormente, as peças de stand-by tem características fundamentais dentre quaisquer outras peças de um almoxarifado ou estoque, o que as tornam com uma importância maior em relação aos demais itens de reposição. dentre estas características, podemos citar:

  1. São peças que não são descartáveis ao primeiro uso: Normalmente, as peças de stand-by tem um “tempo de vida útil”, que pode ser mensurado de acordo com a utilização na máquina. No caso, cria-se um controle diferenciado desse tipo de peça, registrando toda a movimentação realizada.
  2. Ao invés de ser descartada, passa por um processo de reforma: Devido ser uma peça de alto custo de aquisição, são normalmente recondicionadas, passando por um processo de recuperação, para assim ser utilizado novamente.
  3. São itens que precisam ser controlados: As peças de stand-by, como citado anteriormente, deve-se ter um controle criterioso para poder se observar todos os acontecimentos. Todas as atividades que foram realizadas (desde troca, reparos, movimentação, estoque e descarte) devem estar registradas em documento específico para esse fim.

Na imagem abaixo, segue um modelo de documento padrão para controle de reforma e movimentação das peças de stand-by:

4.  O descarte das peças de stand-by devem ser feitas de forma adequada: Como as peças de stand-by possuem um auto grau de componentes internos e de lubrificação, seu descarte deve ser realizado de forma apropriada, seguindo todas as normas ambientais vigentes.

As Peças de Stand-by e o Estoque Pulmão

As peças de stand-by desemprenham uma função muito importante no estoque pulmão, pois são itens de demanda crítica e que podem fazer o equipamento parar por um longo tempo, dependendo de sua disponibilidade, então deve-se ter uma colocação muito importante a respeito das peças de stand-by no estoque pulmão.

Para quem não conhece, a expressão “estoque pulmão” se refere à quantidade de materiais que aguarda processamento. Pode referir-se a matéria-prima, produtos semi-acabados ou uma pendência propositalmente mantida antes do centro de trabalho. A quantidade do estoque pulmão é determinada previamente e de forma estratégica.

Dificilmente uma empresa que possui demanda muito concentrada em alguns períodos projeta a sua capacidade produtiva baseando-se no seu pico de demanda, pois isto significaria um investimento grande em ativos que ficariam ociosos. Desta forma, para atender aos períodos de maior procura, uma alternativa é recondicionar peças críticas (no caso, as peças de stand-by) além do necessário em períodos em que a demanda é menor do que a capacidade, formando “estoques pulmão” que serão utilizador posteriormente.

Em resumo, as peças de stand-by, quando não estão em uso, vão sendo recondicionadas e armazenadas em períodos que a sua demanda decai, o que é comum, pois como são componentes com potencial de falha menor, pode-se trabalhar seu estoque de forma mais moderada.

Você ja definiu a Curva ABC do seu estoque de peças de reposição? Acesse este link e aprenda como levantar, organizar e definir essas informações.

Definindo Quais Serão as Peças de Stand-by

Além dos exemplos citados anteriormente, há uma infinidade de componentes que podem ser caracterizados como peças de stand-by, porém para adequar essa situação ao caso de sua empresa, deve ser seguido os seguintes pontos:

  1. Quais peças são reaproveitadas do seu equipamento?
  2. Essas peças possuem um valor elevado?
  3. São peças com matriz de criticidade A?

Após levantar essas informações, podemos seguir para o próximo passo, que é definir a quantidade que essas peças devem compor o estoque pulmão para eventuais trocas e recuperações. Você sabia que a Gestão de Estoque dos itens de manutenção é uma peça fundamental para reduzir custos de manutenção? Aprenda fazer uma boa gestão de estoque para manutenção em cinco passos rápidos e eficientes clicando na imagem abaixo.

Codificando as Peças de Stand-by

Outro ponto muito importante no controle das peças de stand-by é a codificação de todas as peças, visando assim o rastreio e padronização no processo. Essa codificação vai servir principalmente para não ser confundidos a utilização de um item que se encontra no estoque, por exemplo.

Uma sugestão é gerar códigos seguindo os parâmetros da norma NBR 8190, que, por mais que tenha entrado em desuso, ainda é um ótima sugestão e pode ser muito bem aproveitado para se fazer a identificação e controle das peças de stand-by. Para a padronização de códigos, deve-se codificar as seguintes informações abaixo:

  • Tipo de Equipamento;
  • Código de Cadastro do Equipamento
  • Tipo de Peça;
  • Local de Instalação no Equipamento;
  • Número Sequencial (código de controle)

Para saber mais sobre a Norma NBR 8190 e sobre o tagueamento de peças e equipamentos, confira o vídeo abaixo:

Como exemplo, utilizaremos o seguinte caso: Uma fábrica de chapas dobradas possui 3 tipos de máquinas para um processo de produção, que são:

  • Prensa hidráulica (PH-01);
  • Dobradeira de chapa hidráulica (DH-01);
  • Calandra para curva de chapas (CC-01).

Nessas máquinas, foi realizado um levantamento de quais itens seriam destacados como peças de stand-by. Utilizando-se da Análise e Curva ABC, foram identificados e classificados os seguintes itens:

  1. Motor elétrico;
  2. Cilindro hidráulico;
  3. Redutor;
  4. Comando hidráulico.

Após identificar as peças de stand-by, inicia-se o processo de geração de número de série padronizado a fim de ter um maior controle e rastreabilidade. Na imagem abaixo, foi criado a codificação de cada tópico necessário para a padronização do código:

Com a posse dessas informações, podemos agora criar um número de série para cada peça, seguindo o padrão estabelecido:


No exemplo acima, podemos identificar que esse código gerado representa a seguinte informação:

  • A peça é para Calandra para curva de chapas, no qual está instalada no equipamento de código CC-01, a peça é um motor elétrico, que é instalado no sistema de acionamento da calandra, com a sequência 001, que representa que essa peça é a nº 1 no cadastro.

Na imagem abaixo, temos um outro exemplo de código gerado para uma determinada peça:

  • No exemplo acima, a peça é para Prensa Hidráulica, no qual está instalada no equipamento de código PH-01, a peça é um cilindro hidráulico, que é instalado no atuador hidráulico da prensa, com a sequência 012, que representa que essa peça é a nº 12 no cadastro.

Conclusão

Através dos exemplos citados nesse artigo é possível fazer uma bom controle das peças de stand-by. O gerenciamento desses itens está diretamente ligado ao gerenciamento de riscos. Se você colocar muitas peças de stand-by em estoque, o custo para gestão e manutenção do mesmo será alto. Se coloca poucos em estoque, pode sofrer para recuperar os ativos o e pagar caro quando houver alguma manutenção corretiva emergencial, que irá demandar mais tempo do que o necessário.

Devemos conhecer o que realmente merece atenção dentro do nosso estoque, quando devemos comprar, por quanto comprar, quais são nossos “vilões” e ficarmos de olho no custo. Dentro do custo de manutenção, cerca de 36% está relacionado a peças, materiais e insumos. Portanto, já temos um bom motivo para focarmos na gestão e controle das peças de stand-by.

 

 

 

 

 

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Jhonata Teles

Jhonata Teles é profissional certificado internacionalmente pela SMRP – Society Maintenance & Reliability Professionals, na categoria CMRP – Certifield Maintenance & Reliability Professional.

Especialista em Gestão, Planejamento e Controle de Manutenção, Analista de Vibração com certificação Nível 2 pela FUPAI e certificação internacional pela Instituição Canadense Mobius Institute, especialista em Lubrificação Industrial com certificações internacionais MLT-1 e MLA-1 pelo ICML – International Council of Machinery Lubrication.

Possui mais de 12 anos de experiência em indústrias de grande porte, sempre dedicados a Gestão da Manutenção, PCM e projetos de Confiabilidade Industrial. Atuou como Analista de Vibração, Consultor Técnico, Supervisor de PCM, Coordenador e Gerente de Manutenção em indústrias dos segmentos alimentício, higiene e limpeza, químico, metalúrgico e cimenteiro.

Autor dos livros e métodos de capacitação: Planejamento e Controle da Manutenção DESCOMPLICADO ®, Bíblia do RCM e Gestão de Paradas de Manutenção.

Como Diretor de Operações da ENGETELES já liderou mais de 300 projetos de consultoria no Brasil e em seis países, além de ter capacitado mais de 10.000 profissionais na área de Gestão da Manutenção.

Artigos: 93