Gestão de Custos de Manutenção – PARTE 1

O setor de manutenção é visto na maioria das vezes como um setor que gera gastos. Grande parte das empresas fadadas ao fracasso enxergam assim. Uma empresa que fomenta uma boa cultura da Gestão de Ativos, enxerga a manutenção como um setor que possibilita investimentos que retornam através da elevação dos índices de confiabilidade e disponibilidade da planta.

Bom, para falarmos um pouco sobre a gestão dos custos é muito importante nós sabermos diferenciar os tipos de custos. Então preste bastante atenção, a partir de agora.

Nós temos três classes principais de custos:

  • Custos Diretos
  • Custos Indiretos
  • Custos Induzidos.

Custos Diretos

Custos diretos são: Custo com mão de obra, ferramentas, peças de reposição… Tudo isso são custos diretos.

Custos com Mão de Obra:

O dimensionamento dos custos da mão de obra nos Custos Diretos está relacionado diretamente com a sua presença na Composição dos Custos Unitários de cada serviço. Se abrirmos a Composição de Custo Unitário de cada serviço, vamos saber, para cada unidade de serviço, quantas horas ou fração de horas de mão de obra de diferentes categorias de trabalhadores vamos precisar. Multiplicando esses valores pela quantidade de cada serviço, encontramos o total de horas de mão de obra que vamos precisar para aquele serviço específico. Para calcularmos o custo de mão de obra desse serviço, basta utilizarmos a seguinte fórmula:

Custo de mão de Obra = Salário x [1 +(Leis Sociais + Encargos)]

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O custo com mão de obra deve ser contabilizado da seguinte maneira: o salário do profissional + benefícios mais 1, mais leis sociais e encargos.

Então, se o funcionário recebe de salário 2 mil reais ,mais um pacote de benefícios que custa em média 500 reais para empresa, como plano de saúde, vale alimentação, plano odontológico etc. Apenas a remuneração desse funcionário custa dois mil e quinhentos reais. Você vai multiplicar 2500 vezes 1 mais as taxas de leis sociais, que são Previdência social, FGTS, INSS e etc. e o encargos, que são 13º salário, férias indenizadas, repouso semanal e etc.

Para saber o valor total de quanto um funcionário custa para o setor de manutenção da empresa, procure o Departamento Pessoal da sua empresa e tire essa dúvida.

Custos com Materiais :

Quando se fala em produção dentro de uma empresa, existem muitos conceitos importantes para entender a dinâmica de uma fábrica, o que é essencial para os administradores da mesma. Você sabe o que é material direto e material indireto? Esses termos fazem parte da lista de conceitos fundamentais a se conhecer.

Assim, os materiais diretos dentro de uma fábrica são as matérias-primas, materiais de embalagens, componentes e outros itens essenciais para a produção, acabamento e para a apresentação final do produto. Como exemplo, pode-se pegar uma fábrica de móveis, fácil de elucidar.

Nesse tipo de empresa, os materiais diretos são, basicamente, a madeira, as chapas de compensados e o couro, o que pode variar conforme o tipo de produto que se fabrica nela. O importante é saber que esses materiais diretos são a matéria prima indispensável para a fabricação de camas, cadeiras, sofás, mesas e outros.

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Já numa editora ou gráfica também é possível exemplificar qual é o material direto. Ele engloba o papel e as tintas que são usadas para produção de livros, revistas e demais impressos que a empresa cria. Já os materiais indiretos são aqueles empregados nas atividades auxiliares de produção, sendo que eles são irrelevantes para a produção em si.

Para exemplificar pode-se citar graxas e lubrificantes, os quais são usados para fazer a limpeza e manutenção dos equipamentos, bem como os parafusos e lixas de pequenos valores empregados na fabricação de móveis. Embalagens de pequeno valor utilizadas para a expedição dos produtos também são exemplos de materiais indiretos.

Todos eles têm o seu grau de importância no contexto de uma fábrica, mas não são fundamentais para a produção dos itens em sim. Ou seja, sem eles, a linha de produção pode seguir o seu trabalho.

Então como a gente calcula isso? Custos com materiais por exemplo, devem ser calculados o custo unitário do material, mais o custo  de transporte, mais o custo de armazenagem.

Sim, o custo com armazenagem deve entrar nessa conta pois todo material que entra no almoxarifado tem um custo de gerenciamento. Ele ocupa um espaço físico, ele depende de uma pessoa estar ali conferindo de tempos em tempos, ele ocupa um espaço no sistema de gerenciamento e tudo isso deve ser contabilizado.

Custos Indiretos

Os custos indiretos na manutenção são os custos oriundos das depreciações de equipamentos e lucro cessante.

Lucro Cessante:

Lucro cessante é quando uma linha de produção está parada, deixando de produzir e deixando de gerar dinheiro para empresa por conta de uma problema de manutenção. Nesse caso, quando um equipamento quebra e deixa de produzir, todo o valor que ele deixou de gerar para a empresa, entra na conta da manutenção com custo indireto.

Por isso, o time da manutenção deve trabalhar sempre atento buscando elevar os índices de disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos, porque senão o custo pode virar uma bola de neve.

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Custos Induzidos

Custos induzidos na manutenção, é quando alguma falha do setor de manutenção impactou no caixa da empresa, externamente.

Um exemplo: a empresa tem uma determinada carga para entregar em um determinado prazo acordado em contrato, porém houve uma falha em um determinado equipamento, que atrasou o processo de produção e consequentemente a entrega. Com isso, a empresa recebeu uma multa. Essa multa deve sair do caixa da manutenção. Se ficar provado, que a manutenção falhou com o seu papel de garantir a disponibilidade e confiabilidade do equipamento, ela quem deve pagar a conta.

Outros exemplos são, perdas de clientes, deterioração da imagem da empresa, problemas na qualidade do produto causados por falhas de manutenção, entre outros.

 

 

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Jhonata Teles

Jhonata Teles é profissional certificado internacionalmente pela SMRP – Society Maintenance & Reliability Professionals, na categoria CMRP – Certifield Maintenance & Reliability Professional.

Especialista em Gestão, Planejamento e Controle de Manutenção, Analista de Vibração com certificação Nível 2 pela FUPAI e certificação internacional pela Instituição Canadense Mobius Institute, especialista em Lubrificação Industrial com certificações internacionais MLT-1 e MLA-1 pelo ICML – International Council of Machinery Lubrication.

Possui mais de 12 anos de experiência em indústrias de grande porte, sempre dedicados a Gestão da Manutenção, PCM e projetos de Confiabilidade Industrial. Atuou como Analista de Vibração, Consultor Técnico, Supervisor de PCM, Coordenador e Gerente de Manutenção em indústrias dos segmentos alimentício, higiene e limpeza, químico, metalúrgico e cimenteiro.

Autor dos livros e métodos de capacitação: Planejamento e Controle da Manutenção DESCOMPLICADO ®, Bíblia do RCM e Gestão de Paradas de Manutenção.

Como Diretor de Operações da ENGETELES já liderou mais de 300 projetos de consultoria no Brasil e em seis países, além de ter capacitado mais de 10.000 profissionais na área de Gestão da Manutenção.

Artigos: 93